A bolsista de doutorado pleno no exterior pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) Bianca Vieira publicou o trabalho Using field photography to study avian moult na revista internacional Ibis, que tem foco em trabalhos inovadores de ornitologia (estudo das aves) ligados a conservação, ecologia, comportamento e sistemática. Bianca desenvolve seu doutorado no Instituto de Biodiversidade, Saúde Animal e Medicina Comparada da Universidade de Glasgow, Reino Unido, pelo programa Ciência sem Fronteiras. O estudo avaliou o uso da fotografia para análises de troca de penas, conhecida como muda, das aves.

A bolsista de doutorado pleno no exterior pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) Bianca Vieira publicou o trabalho Using field photography to study avian moult na revista internacional Ibis, que tem foco em trabalhos inovadores de ornitologia (estudo das aves) ligados a conservação, ecologia, comportamento e sistemática. Bianca desenvolve seu doutorado no Instituto de Biodiversidade, Saúde Animal e Medicina Comparada da Universidade de Glasgow, Reino Unido, pelo programa Ciência sem Fronteiras. O estudo avaliou o uso da fotografia para análises de troca de penas, conhecida como muda, das aves.

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Ave marinha trinta-réis-de-bando (Thalasseus acuflavidus) com as asas abertas e expondo as penas em muda (Foto: Bianca Vieira)

Todo ano, as aves precisam trocar suas penas para continuar a voar, pois estas se desgastam com o voo e exposição ao sol. “O estudo da muda historicamente sempre foi realizado com aves capturadas ou depositadas em museus. Essa limitação de ter que segurar a ave acabou tornando o conhecimento sobre o assunto bastante restrito apenas a pesquisadores com acesso a museus com muitas peles ou quem possuísse financiamento para toda a logística de captura das aves, incluindo equipamentos e licenças”, explica Bianca.

Com a confirmação da fotografia como método válido de estudo, a técnica agora pode ser amplamente aplicada por pesquisadores que possuem diferentes orçamentos. O estudo das aves por meio das fotos também torna a ciência mais participativa, pois permite incluir mais pessoas nos grupos de estudo e, inclusive, cidadãos interessados em colaborar com as pesquisas.

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A pesquisadora Bianca Vieira analisa os detalhes da fotografia de um talha-mar (Rynchops niger) em voo (Foto: Arquivo pessoal)

A pesquisadora complementa dizendo que a estrutura disponibilizada pela Universidade de Glasgow com o apoio da CAPES permitirá o avanço em diversos campos das Ciências Biológicas. “Aves sempre foram utilizadas como modelo de estudo para o desenvolvimento de teorias importantes que sustentam a nossa sociedade, a exemplo do estudo do bico dos tentilhões que permitiu verificar os efeitos da seleção natural na evolução das espécies. O método de uso sistemático da fotografia para verificar a muda nas aves pode trazer grandes avanços por ser mais fácil e barato de executar. Com as informações das fotos sobre a muda das aves, será possível realizar avanços na estimativa de idade das aves, no efeito do estresse sobre o animal durante períodos vulneráveis, em padrões de ecologia espacial, critérios de seleção de habitat, evolução, migração e estrutura de voo”, finalizou Bianca.